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Oblívio

Ó, coração... por que vens ao som da marcha fúnebre?

Morreu? Sim, mas quem morreu? Ah, imagino que seja vosso amigo, o amor. Mas o que se passou com teu inquilino, grande abrigador de sentimentos? Ah, já sei! Amor, coitado, morreu de solidão. Creio.
Sim, excelentíssimo baú emotivo. O amor tem dessas peripécias... causa-te estragos. Depois de abrigado, destrói-vos. Faz ruir tua verdade e calor! Parece político, o tal. Devo-lhe algumas palavras.
Por que morreis, inútil? Foi feito para que vivesses junto aos vossos irmãos, paixão e carinho. Mas sempre tens de morrer antes do clímax, não é? Não percebes o estrago que faz! Antes ficasse morto, mas não... Sempre arrumas um jeito de aparecer, como o hálito de uma maldição. Mas deixe estar... deixe. Quem sabe um dia vais renascer vivo e forte, e trarás coisas boas a teus semelhantes, os sentimentos.
E pagarás os danos com juros, disse o coração. Filho maldito, tens a herança de teus pais, Amizade e Respeito. Da próxima vez, escuta-lhe os conselhos, pois se voltares a andar por aí - e vais andar - a causar danos demais em cada quarto novo que habitar, logo não vos aceitarão, e será substituído pela Ambição.
Claro, não te esqueças: Tens de cuidar de teu hospedeiro. Amor, vosso sangue, irmão, cuides melhor dos quartos que habita.
Antes que todas as portas se fechem em vossa fuça.

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