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Desvirtude

Com você aprendi a cometer...

7 pecados.

Ira: Pois todos os fatores que me afastam de ti, despertam a minha cólera, e a contradição me deixa completamente enraivecida.

Gula: Pois minha vontade de teu corpo, de teu cheiro e de tê-lo completamente para mim, é insaciável. Tenho fome, e tenho gula de ti, constantemente.

Inveja: Invejo a tua cama, que todas as noites têm o calor de seu corpo sobre ela, ao invés de mim. Inveja das tuas lágrimas, que vivem nos teus olhos, oscilam por tua face, e acabam nos teus lábios.

Avareza: Sou avarenta quanto a ti, pois te quero só pra mim, e não divido com ninguém. Quero-te pra sempre só ao meu lado, pra viver - e assim morrer.

Preguiça: Sim, tenho preguiça. Preguiça de ter que sair dos teus braços, de ter que me levantar da cama e sair do teu lado. Preguiça de ter de tirar minha boca da tua. Preguiça de viver sem ter de viver apenas pra ti.

Soberba: Pois adoro mostrar que te tenho ao meu lado, e que isso talvez seja a vitória que me faz ser maior. Orgulho, que jamais me deixa mostrar minhas fraquezas, pra que me admire como forte.

E a Luxúria: Pois meu desejo por ti é impossível refrear. Sem medidas, sem limites.
Sem fim. Cobiça eterna, extrema.
Amor, com uma dose de paixão.

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Adam & Érica II

Sentia seu olhar pousado em mim enquanto andávamos. Não tinha certeza se ele havia engolido a minha desculpa, então eu estava me certificando de carregar no rosto a expressão mais inocente que podia. Tinha certeza de que, se ele desconfiasse das minhas intenções, o que havia em meu rosto não o impediria de chegar á conclusão correta, mas o atrasaria de fazer isso. Sem dúvida.

Quando chegamos em nosso destino, olhei rápida e discretamente em volta, procurando sinais da presença de umas certas garotas curiosas. Não havia nada. Não demorei em pedir-lhe o celular, e ele posou pra mim de boa vontade. Tinha de reconhecer que essas fotos ficariam muito boas depois de editadas. O tempo passou sem que eu agisse, pois eu pensei que estaria tranquila. Que prosseguiria sem problemas, e que não hesitaria.

É, se fosse fácil assim.

Pensei em todos os fatores decisivos antes de agir. Adam era um ótimo amigo, era adorável, doce. Belíssimo. Perfeito. O que eu estava esperando? E eu precisava tentar esquecer Andrew...

Tinha de ser logo. Rezei para que minhas pernas parassem de tremer como estavam fazendo naquele momento. Só depois que Adam falou comigo foi que eu percebi que tinha ficado absolutamente parada. Sem ação.

Droga! Estava protelando!

- Érica, está tudo bem?

Eu não conseguia responder!

- Érica? Érica? Desistiu das fotos?

Sim, desisti – pensei. Eu já havia decidido que seria com Adam. Que seria hoje. Mas não quando. Teria de ser agora. Deixei que meu corpo se enchesse da coragem que eu precisava. Respirei fundo duas vezes, de olhos fechados. Somente depois disso, é que olhei seu rosto confuso.

Sim, eu sabia exatamente o que fazer.

- Esqueça as fotos, Adam.

Avancei. Só precisei de dois passos para alcançá-lo. Assim que estava perto o suficiente, não pensei. Apenas deixei que meus lábios tocassem os seus, docemente.

Ele demorou três segundos para entender o que estava acontecendo por causa da surpresa, mas logo que caiu em si, retribuiu o meu beijo com ternura. Adam beijava extremamente bem, um tipo de beijo que se pode chamar de raro. Ou único. Foi estranho admitir, mas nossos lábios moviam e moldava-se em uma sincronia perfeita e deliciosa. Seu hálito era tão bom quanto seu cheiro refrescante. Apoiei minha mão em sua nuca enquanto ele apoiava as suas em minha cintura e puxava-me para si.

Eu não queria parar de beijá-lo. Agora eu via o quanto estava perdendo enquanto ficava hesitando em relação a isso. Ele era tão... aconchegante. Era quase impossível largá-lo. E eu não esperava que fosse assim. Podia afirmar tranquilamente que aquele era o melhor beijo que eu já havia provado na vida. Envolvente. Rápido e lento. Doce e picante. Um equilíbrio encantador e absoluto. Assim como o próprio dono.

Não pude deixar de dar uma olhadela em seu rosto enquanto o beijava. Estava tão sereno. Muito bonito, até de olhos fechados. Seu cabelo negro em contraste com a pele branca era realmente espetacular.

Depois de mais alguns minutos, separamo-nos. Adam sorriu com vigor, ainda sem abrir os olhos. Assim que o fez, falou, a voz levemente alterada:

- Mudou de ideia?

Sorri abertamente.

- Parece que sim.

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