As árvores de folhas e flores de diversas cores deixavam a clareira com uma aparência mágica. As folhas que caíam delas enfeitavam o chão em que sentamos.
Abraçados ali, sentíamo-nos completamente a sós, como se tudo o que pudesse existir fosse o momento presente. Nossos corpos permaneceram juntos, as almas seladas e unidas entre si em um casamento silencioso.
Com certeza eu levaria essa imagem para a outra vida.
O vento que fazia cantarem as árvores soprava levemente em seus cabelos negros, e eu olhava estupefata. Não existia no mundo nada mais bonito do que Lawrence com seus cabelos ao vento. A não ser nós dois quando estávamos juntos. Ele não disse nada de propósito. Assim como eu, ele queria apenas aproveitar os últimos momentos que teríamos. Aprincípio estávamos somente abraçados, mas depois beijamo-nos com vontade e sofreguidão. Mas amor, acima de tudo.
Nenhum de nós dois tinha pressa, e tanto eu quanto ele evitávamos pensar no que iríamos fazer. Focávamos nossa atenção apenas um no outro. Aquela pessoa pela qual tanto eu quanto ele vivemos... e morremos.
Pois se a eternidade for a única maneira de sermos felizes...é lá que estaremos.
Abracei-o com força, e ele retribuiu o gesto.
Ao longe, as folhas continuariam caindo com o vento soprando em seu corpo frágil.