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Jades falantes

Não sei por que ainda me pego no flagra lhe observando. Muito menos por que não se rompe esse elo invisível. Seria mais simples. Mas depusemos de seus postos as analogias... Tudo é puramente individual. Pessoal. Sei que, mesmo que cante liberdade, continua preso, continuo também.

Não sei. Talvez sejam os olhos. É, deve ser esse espelho que carrega na fronte que lhe entrega. Pois mesmo detida por sua muralha, enxergo-lhe a alma sempre que me olha com, não outro, aquele olhar.
São eles, sim, sua perdição. Pois mesmo quando cala, em um silêncio ensurdecedor, eles me gritam em agonia, descrentes e imprecisos do que seja o orgulho e a arrogância.
E por mais que não perceba, que não queira, o verde dessa jade que tem no lugar da íris diz o bastante. Embora, dizer não baste.
Pois se as cortinas se fecham e o brilho desses astros se perde...
De que adianta?

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É uma Dança

Meus pés movem-se em passos contínuos.

É um dia de sol, campo, reflexo. Grama. Reflexo. Flores, adivinhe, e reflexo.
O vento é quem dita o ritmo. O farfalhar das folhas, o compasso. E meu coração, a batida minuciosa que rege os outros tons.
Os braços que me envolvem riscam pequenas fagulhas no meu peito. Ascendem. Assim como meus pés, esses outros dois me seguem igualmente. Sintonia. Sincronia.
E os olhos são campos magnéticos, opostos e atrativos. Fixam nos meus. Fixo-os nos dele. Nossos movimentos seguem o vento, ele nos segue. Assim, somos um, e a natureza nos acompanha pela simplicidade dessa totalidade.
Enquanto os pés dançarem e elevarem-se no ritmo das folhas, também seguirão o ritmo dos anjos.
Estamos no céu.

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Papel Clichê

A vida tem dessas peripécias.

Todos os dias morreis sem viver. Morreis pouco a pouco. Afogai-vos em amargura e melancolia.
Decorre-se o tempo e vos vejo, justamente, cortar o fio da esperança. Por quanto viveis? O que vos faz ver? Seriam as folhas das árvores, tragável, viciante natureza? Ou vossos suspiros são por papel-dinheiro?
Será que esta "vida" que comprais, vale esta Morte que viveis? Acordai desse sono profundo, ignorância, que persegue os homens! Tendes muitos trens a pegar sem rumo.
Privilégio dos homens e mulheres, abdicar do comum, tendes. Deveis amar, não o verde papel. Só vivereis quando amardes o homem sem sociedade.

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